23/07/2017

A origem e a evolução da guitarra

A guitarra como nós a conhecemos, foi desenvolvida no século XIX, tendo como principal modificação a troca dos pinos de afinar pelo mecanismo de cravelhas na cabeça do instrumento.

A eletrificação da guitarra aconteceu em 1930, e prosseguiu com o trabalho de dois homens, cujos nomes se tornaram rapidamente sinônimos de marcas de guitarra: Les Paul e Leo Fender.

O primeiro criou a primeira guitarra de corpo sólido, cortando ao meio um modelo Epiphone e recheando-a com blocos de madeira, em 1941. Os dois precários captadores responsáveis pela eletrificação, foram chamados por ele de The Log. Foi então que o presidente da Gibson - Ted McCarty - procurou Les Paul e lançaram a Gibson Les Paul, em 1952.

O segundo criou a Fender, de onde saíram os modelos Broadcaster, depois a Telecaster e finalmente a legendária Stratocaster. Não poderíamos esquecer de Seymour Duncan, o criador dos captadores sem os quais a guitarra estaria falando baixo até hoje.

A Gibson continuou aperfeiçoando seu modelo e a equipou com um seletor que permitia escolher os captadores: os dois, só o de cima ou só o de baixo. Estava criado o tune-o-matic, em 1954, e em 1957 apareceram os captadores humbuckers.

Enquanto a Fender seguia firme com sua Stratocaster, a concorrente Gibson começou a lançar guitarras como a SG, a Flying V e a Explorer, sem falar nos modelos semi-acústicos como a 335 e a 345.

Outras marcas começaram a entrar no mercado, como a Jackson, Charvel, Rickenbacker, Gretsch, mas foi a criação do tremolo que continuou a evolução da guitarra. Colocada no cavalete do instrumento, a alavanca de tremolo começou a criar estilo, e modelos como o Floyd Rose, Kahler e outros passaram a equipar as melhores guitarras, em convênios com seus fabricantes.

A evolução natural do instrumento passaria pela sofisticação dos efeitos começados com o tremolo, e sua transformação em sistemas eletrônicos. Se o tremolo variava a afinação de uma nota para o grave, o wah-wah permitia variar o timbre de um som entre o grave e o agudo, como se girássemos um botão de grave-agudo entre os seus extremos.

O rock pesado pedia um timbre "sujo" e isso era conseguido, a princípio, através de "gambiarras", como deixar em curto a entrada do plug de guitarra. Daí para a saturação do sinal de entrada com o chamado distorcedor, foi um pulo.

Gradativamente, os chamados "pedais" de efeitos foram tomando conta das gravações, a ponto de serem colocados às dúzias dentro de estojos, combinados e plugados em fontes de alimentação que substituíam as antigas baterias de 9 volts.

O passo seguinte foi reunir esses efeitos em um novo formato, batizado de "rack", que hoje já conta com suas versões digitais e programáveis ao gosto do instrumentista. Guitarras sintetizadoras permitem fazer soar timbres de flautas e orquestras diretamente das seis cordas de metal.

Mas, na origem de tudo, lá está o formato sensual da guitarra, com sua cabeça, braço e corpo a seduzir os que se candidatam a empunhá-la em cima do palco.

Tirado da revista "Método de Guitarra & Exercícios
Edição 02, código 13922/1

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